26.6.06

Fênix

Abro aos poucos minhas pálpebras insones
Acordadas por um sonho afogueado
– É o mesmo pesadelo que consome
O antigo coração amargurado?

Atravesso então um fino véu de fogo
Que em meu peito uma dúvida incita:
Será morte? Será vida? Um malogro?
Ou o ardor da alegria inaudita?

E as asas que vislumbro nessas chamas
Num instante são surpresa, são descanso;
Na carícia que em meu torso se derrama
Traz o pássaro da dor o seu remanso.

E ao ver-te, tão terrível quanto belo,
Digo: Fênix, se concedes teu abraço,
Faz de um toque incandescente meu castelo
E alegre a cada morte eu renasço.

Um comentário:

Anônimo disse...

LINDO!
Realmente lindo, com uma aura de lenda, de fantasia, de sonho envolto em brumas...
Ah... Quanto orgulho tenho desse meu amigo poeta! :))
Só você mesmo, querido Rê, para escrever essas coisas tão tocantes quanto belas!
Super beijinhos da Mê.