27.11.05

Soneto do tempo

Lá vai o tempo, este vento ligeiro...
Que afasta as estrelas e traz tempestade,
Que leva a presença e deixa a saudade
E faz o amor parecer estrangeiro.

Nem bem deixou se sentir por inteiro
O tempo é presente, perpassa e invade,
Erguendo barreiras, destruindo cidades,
Ventando implacável, veloz, altaneiro.

Quem dera o tempo deixasse um aviso
E desse a saber se o próximo vento
Carrega consigo o choro ou o riso.

Mas sinto na pele da brisa um alento:
Morrer o tempo a cada instante é preciso

Pois traz como herdeiro um novo momento.

Nenhum comentário: