2.11.07

O anjo e o sonho


Aos olhos pregados no escuro
A cor deste sonho destoa:
Meus passos pedindo futuro
A um anjo calado que voa.

Silente ele escapa ao afago
Da mão que eu havia estendido
Deixando em seu rastro um lago
Espelho de amores cuspidos.

Enquanto à tona eu estive
O anjo me fez poderoso
Jurei-lhe: “Por ti é que vivem
Meu dia e também meu repouso”.

O anjo calou, todavia,
Por raiva, orgulho ou medo
E o sonho então submergia
Ao peso de inútil segredo.

E assim em seu vôo prossegue
O anjo da alma imprecisa
Os sonhos que hoje ele ergue
Em fuga amanhã ele pisa.

Um comentário:

ninguém disse...

Tô "precisada" de um bom anjo, eficiente, parceirão, presente, bom de palpite. Sabe o endereço de algum do tipo?
abração