
Atada por esparadrapos a uma mesa, em posição de crucificada, está uma mulher. É a minha mulher. Ela está acordada, mas não sente nada ao lhe abrirem o ventre. A cena, brutal, parece de filme de terror, mas, na realidade, acontecia em função de um pequeno milagre. Eu estava lá. E eu me sinto privilegiado porque pude ver esse milagre; porque nem todos conseguem resistir, in loco, até o fim. Presenciar o multiplicar da vida é chocante. Um momento tão especial que me vinham faltando as palavras para descrevê-lo.
Algumas horas mais tarde, esse pequeno milagre abriria seus olhos brilhantes e acinzentados, provavelmente sem poder enxergar ainda direito, e sem saber que era o centro das atenções. A esse pequeno milagre, decidimos chamar Luísa – um nome bonito, nome de uma grande amiga, nome que significa “guerreira”. Minha filha. Há tão pouco chegou, e essa diminuta guerreira já havia conquistado o reino de nossos pensamentos. Frustrações, alegrias, inseguranças, contentamentos, irritações, sonhos... sentimentos tão variados sei que teremos por sua causa; mas o 26 de abril, dia desse pequeno milagre, foi um dos mais felizes de minha vida.
3 comentários:
Parabéns!
O Fernando chegou 3 dias depois e, agora, já tá aqui, disputando o computador comigo!
bjsss,
si
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finalmente o registro oficial!
salve, Luísa!
que o mundo lhe seja grande e as oportunidades maiores ainda.
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Que texto lindo, Renato! Só alguém com dom pra escrita pra poder descrever esse momento tão... tão indescritível!
Beijos pra todos! Saudades!
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