18.5.06

When he's sixty-four

Não sou muito ligado em fofocas, principalmente as do meio artístico, mas uma, divulgada ontem, me interessou por mexer com meu imaginário. Quando, na adolescência, fui apresentado aos Beatles, uma divertida e irônica canção do álbum “Sgt. Peppers” projetava um futuro até então remoto:

Will you still need me,
Will you still feed me,
When I’m sixty-four?

Uma entrada a dois na terceira idade, com cartões no Dia dos Namorados, viagens no verão e uma vida pacata, incluindo tricotar suéteres e arrancar as ervas no jardim, era pintada por Paul McCartney em "When I'm sixty-four”. "Quem poderia pedir mais?", espeta a letra da música. E eu sempre me perguntava: como seria quando Paul chegasse a essa idade? Ontem, exato um mês e um dia antes de o ex-beatle completar 64 anos, ele decidiu se separar de Heather Mills, com quem estava casado desde 2002.

Oficialmente, o casal se separou devido a “intrusões da imprensa” na vida particular. Entretanto, mais irônica que a canção – “Se eu só voltar às quinze para as quatro/ Você trancaria a porta?” – é a informação de que diferenças no estilo de vida teriam contribuído para a separação: Heather insistia em seu trabalho em campanhas de caridade, enquanto McCartney procurava justamente a vida caseira cantada (e questionada) em “When I’m sixty-four”.


A vida imita a arte? Ou esta é que já previa uma realidade que a vida acabaria provando quase 40 anos depois?

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