19.10.05

Lacuna

As agulhas da memória
Dilaceram este peito
Consumindo argumentos
Numa névoa dissipados;
E o doce olor de um dia
Hoje é sombra do que fora
Quando estrelas ao acaso
Da vereda eram lume.

Uma faixa movediça
(Este insólido terreno)
Quase abarca os pés da alma
Que em vão tenta alçar vôo
Sobre infindo oceano –
E este aparta, insensível,
A charneca e a terra firme,
A palavra e a resposta.

Um comentário:

Nildo Junior disse...

Caro Renato, é bom ver que a tua produção recomeça depois de uma pequena parada. Estava sentido a falta das tuas palavras bem postas. Aliás, o breve período que convivemos já faz falta. Mas espero manter essa convivência virtual contigo, pelo menos.